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A Realidade da Ansiedade Incompreendida.

Muitas pessoas com ansiedade severa relatam uma dificuldade recorrente: a falta de compreensão dos outros em relação aos seus sintomas e às complexidades de sua condição. A ansiedade incompreendida frequentemente se manifesta em olhares confusos, comentários críticos e até julgamentos que minimizam a experiência de quem sofre com esse transtorno. Frases como “todo mundo tem problemas e estresse em suas vidas” são comuns, seguidas de sugestões simplistas, como “você precisa aprender a lidar com isso” ou “não deixe que cada pequena coisa te afete”. Para quem lida com ansiedade severa, essas afirmações podem ser profundamente frustrantes e invalidantes, pois ignoram a profundidade e a gravidade do transtorno.

Além disso, muitos pacientes relatam serem aconselhados a “relaxar” ou “parar de se preocupar com tudo”, como se a ansiedade fosse uma escolha deliberada ou uma fraqueza de caráter, e não um transtorno complexo que impacta tanto a mente quanto o corpo. Algumas pessoas chegam a duvidar da legitimidade da ansiedade relatada, insinuando que é “coisa da cabeça” ou até mesmo acusando o paciente de exagerar. Esses comentários revelam não apenas uma falta de empatia, mas também a ausência de conhecimento sobre as nuances da ansiedade.

Outro ponto frequentemente mencionado é o julgamento baseado em situações específicas. Há quem questione, por exemplo, como alguém pode afirmar que está “ansioso demais” para realizar determinadas tarefas, como preencher papeladas em um escritório, mas parece “perfeitamente confortável” em ambientes como mercados de produtores ou feiras de rua. Isso reflete uma visão equivocada e superficial sobre os gatilhos da ansiedade, ignorando que ela pode ser situacional e variar de acordo com o contexto. Para algumas pessoas, o estresse pode estar relacionado a uma sensação de pressão ou obrigação em determinadas situações, enquanto outras, mesmo que pareçam caóticas para a maioria, podem ser mais manejáveis dependendo da dinâmica pessoal do paciente.

A Importância de Ferramentas Visuais

Explicar essas nuances para quem nunca passou por algo semelhante pode ser exaustivo e, muitas vezes, infrutífero. Muitos pacientes relatam que, apesar de suas tentativas de esclarecer e detalhar suas experiências, as respostas são frequentemente olhares vazios, reações de julgamento ou uma completa falta de compreensão. Essa barreira de comunicação não apenas dificulta o diálogo, mas também reforça o isolamento que muitas pessoas com ansiedade já enfrentam.

Para ajudar essas pessoas, criei um gráfico, semelhante ao gráfico de nível de dor usado em consultórios médicos, na esperança de que pudesse ser mais relacionável e ajudar os outros a entender. Esse gráfico pode oferecer exemplos concretos e fáceis de compreender, auxiliando as pessoas a visualizar como a ansiedade pode se manifestar em situações cotidianas. Embora simplificado, esse material pode ser uma ferramenta valiosa para iniciar uma conversa mais produtiva e aumentar a empatia de quem está ao redor.

Sei que o gráfico que fiz é extremamente simplificado — qualquer pessoa que sofre de ansiedade pode testemunhar que ela costuma ser muito pior. No entanto, quis apresentar exemplos com os quais qualquer pessoa pudesse se identificar, além de fornecer uma estrutura que ela pudesse imaginar em sua própria vida.

Ainda assim, é fundamental reconhecer que esse gráfico ou explicações simplificadas não conseguem capturar a complexidade total da ansiedade. Cada pessoa vive a ansiedade de forma única, com sintomas, gatilhos e desafios específicos que não podem ser plenamente traduzidos em uma abordagem única. No entanto, esses esforços representam uma tentativa de criar pontes e ajudar os outros a entenderem que a ansiedade vai muito além de um simples “estresse do dia a dia”.

Pessoas que lutam contra um diagnóstico de ansiedade muitas vezes nunca experimentam um ou dois (níveis baixos de ansiedade no gráfico), muito menos um dia com zero ansiedade. Seus dias bons provavelmente começam em torno de três, seus dias médios em torno de quatro ou cinco. Não é que alguma grande crise possa estar acontecendo em suas vidas para causar ansiedade elevada. É que seu corpo e sua mente estão frequentemente reagindo e respondendo como se estivessem. Já estando esgotados, cada pequena coisa que dá errado pode aumentar sua ansiedade até que, em suas cabeças, estejam em pânico total, correndo por aí com os braços balançando, gritando que o céu está caindo, no estilo Chicken Little. Ou pior ainda, podem simplesmente se enrolar em um cobertor e se desligar completamente.

Agora, voltando a explicar a ansiedade situacional. Situações de alto estresse geralmente começam com um nível de ansiedade mais alto do que o normal porque as mentes ansiosas provavelmente já estão considerando cada coisa que pode dar errado. Toda vez que há um obstáculo no caminho e as coisas não funcionam como deveriam, isso pode adicionar mais carga a ansiedade para a próxima vez.

Uma vez que a ansiedade atinge um certo nível, alguns de nós começam a ter ataques de ansiedade. Nosso corpo entra no piloto automático em um pânico total. Os ataques de ansiedade se apresentam de forma diferente para cada pessoa, mas, na maioria dos casos, é a maneira do nosso corpo dizer que não aguenta mais. Além do ataque de ansiedade, está o “desligamento” — aquele estado de dormência em que estamos mental, emocional e fisicamente exaustos demais para pensar ou funcionar. Não incluí um nível de ansiedade 10 no gráfico porque, embora a pessoa possa ter experimentado muitos ataques de ansiedade, o desligamento é o modo máximo: é literalmente o corpo se fazendo de morto como estratégia de sobrevivência.

Gerenciar a ansiedade não é tão simples quanto respirar fundo, aprender a pensar positivo ou não se preocupar com coisas pequenas. Não estamos causando nossa ansiedade intencionalmente. Ela geralmente é disparada pelo nosso subconsciente. Muitas vezes, não temos controle sobre ela. Nossa mente pode começar a enviar alertas e nosso corpo responde. Muitas vezes nos encontramos nervosos, com o peito apertado, pensamentos confusos, boca seca, palmas suadas. Há momentos em que nem sabemos exatamente o que está nos deixando ansiosos, apenas sabemos que a ansiedade está lá.

Isso ocorre porque um transtorno de ansiedade é uma doença mental. Não é algo que fazemos a nós mesmos por pânico ou porque somos facilmente excitáveis. Não é algo que inventamos em nossas cabeças. Alguém com um transtorno de ansiedade pode usar ferramentas como a respiração consciente para ajudar a moderar a ansiedade, mas isso não vai curá-lo.

Isso não quer dizer que exercícios de respiração consciente, meditação ou outros exercícios semelhantes não ajudem. Eles podem nos ajudar a voltar a um estado de autoconsciência que pode evitar um ataque de ansiedade completo, mas não são uma panaceia. Não vão curar magicamente um transtorno de ansiedade, apenas facilitar o retorno ao aqui e agora.

Sei que pode ser difícil para quem nunca passou por uma doença mental como a ansiedade entender verdadeiramente o que está se passando com quem vive esses sintomas. Mas, por favor, tente ter em mente que não é algo que essas pessoas fazem intencionalmente para tornar a vida delas, ou a sua, mais difícil. Seus cérebros estão frequentemente apenas reagindo e respondendo ao mundo ao redor em um estado elevado. Muitas vezes, não temos controle sobre isso e estamos sempre tentando o nosso melhor para gerenciar nossa ansiedade da melhor forma possível. No entanto, é um diagnóstico médico que geralmente precisa de tratamento. Não é algo que se possa curar magicamente por conta própria.

A luta para ser compreendido é uma realidade constante para muitas pessoas com ansiedade severa. É essencial que mais conversas abertas e informadas ocorram, desmistificando o transtorno e promovendo um espaço de maior empatia e aceitação. Dessa forma, podemos contribuir para a redução do estigma e o aumento do suporte às pessoas que enfrentam essa batalha diariamente.

No meio da ansiedade, pode realmente parecer impossível para o ansioso expressar o que realmente precisa. Por isso, listei 10 formas de ajudar alguém a superar as situações mais estressantes que essas pessoas podem enfrentar.

10 maneiras de ajudar alguém em suas situações mais desafiadoras de ansiedade

  1. Acredite e reconheça que a situação realmente parece impossível para ele.
    É tentador dizer a alguém com ansiedade que “tudo ficará bem” — mas, para eles, não ficará. E dizer isso não reduz o quão terrivelmente impossível a situação parece. Aceite e reconheça que, para eles, é como viver um pesadelo. Diga que, mesmo que você não consiga entender pessoalmente como se sentem, você acredita no que estão dizendo. Mantenha a conversa calma e casual, ajudando-os a se sentirem menos culpados por sua ansiedade.
  2. Pergunte qual seria a melhor maneira de enfrentar a situação, sem evitá-la completamente.
    Para alguém com ansiedade, enfrentar algo que está na lista de “impossíveis” é uma sobrecarga emocional. Ajude-os a pensar em cenários menos desafiadores. Por exemplo, se precisam viajar de avião, talvez assistir a filmes ou ouvir música durante o voo possa ajudar. Acompanhe-os na busca por estratégias que tornem a situação menos provocadora de ansiedade.
  3. Ofereça ajuda em pequenas coisas, em vez de tentar resolver a situação inteira.
    É difícil reduzir a ansiedade de forma geral, mas você pode ajudar em detalhes específicos. Se estiverem numa reunião lotada, sugira uma pausa. Se estão nervosos para dirigir até um lugar novo, ajude-os a repassar o trajeto. Pequenos gestos como esses podem aliviar a carga.
  4. Reconheça os sinais de ansiedade e saiba como avaliá-los.
    Algumas pessoas mascaram muito bem sua ansiedade em público, mas isso não elimina o que estão sentindo por dentro. Pergunte quais sinais externos você pode observar para saber quando estão sobrecarregados. Criem juntos sinais discretos que indiquem como estão se sentindo, ajudando-os a se comunicar sem expor seus sentimentos.
  5. Incentive-os sem minimizar suas dificuldades.
    Ser positivo é importante, mas não superficial. Lembre-os de conquistas passadas em situações difíceis. Após uma tarefa desafiadora, reconheça o esforço deles de forma genuína. Demonstre apoio e orgulho sem ignorar os desafios enfrentados.
  6. Ajude-os a se prepararem da maneira que acharem melhor.
    Pessoas com ansiedade podem tentar se preparar excessivamente para evitar imprevistos. Ofereça ajuda prática: escolha uma roupa junto com eles ou assuma tarefas que estejam gerando preocupação. Assim, você reduz a carga e mostra que está lá para apoiá-los.
  7. Saiba o que fazer se a situação se tornar insuportável.
    Ataques de pânico podem ocorrer nos momentos menos convenientes. Combine previamente um plano de ação: identifique sinais iniciais de sobrecarga e tenha estratégias para ajudá-los a sair da situação ou lidar com ela de forma segura.
  8. Planeje algo positivo para depois da situação.
    Situações de ansiedade são mental e emocionalmente exaustivas. Ter algo positivo para esperar pode funcionar como um incentivo. Um jantar tranquilo, um filme ou até um presente simples podem ser maneiras de recarregar as energias e mostrar apoio.
  9. Identifique as partes menos provocadoras de ansiedade na situação.
    Quando tudo parece insuportável, ajude a destacar os aspectos menos desafiadores. Talvez a viagem de carro até o destino seja tranquila, ou a preparação do jantar menos estressante do que interagir com convidados. Valorize essas partes para amenizar o impacto geral.
  10. Reduza estressores sempre que possível, mesmo que pareçam pequenos.
    Coisas simples, como encher o tanque do carro ou lidar com tarefas cotidianas, podem fazer uma grande diferença. Pessoas ansiosas muitas vezes hesitam em pedir ajuda, então, ofereça suporte espontaneamente. Esses pequenos gestos podem aliviar a sobrecarga emocional.

Se você luta contra a ansiedade, lembre-se de que a melhor forma de pedir ajuda é preparar as pessoas ao seu redor para isso antes de uma crise. Converse com elas em momentos de calma e explique o que pode ser feito quando sua ansiedade estiver no auge.

Se você conhece alguém que sofre de ansiedade, esteja disposto a ouvir e trabalhar junto com essa pessoa para descobrir o que funciona melhor. Não existe uma abordagem universal para lidar com o transtorno, mas, juntos, vocês podem superar os desafios mais temidos, fortalecendo-se a cada passo.

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